“The Tudors” é um drama histórico criado para televisão que recupera a mais infame das gerações de reis ingleses, os “Tudors” e o seu incorrigível Henrique VIII. A sua segunda temporada pode ser vista agora, todas as quartas-feiras, no AXN White pelas 21h25.
O rei Henrique VIII de Inglaterra teve um longo reinado de 40 anos, mas as suas esposas pouco duraram na corte. Este monarca era tempestuoso e pouco interessado com os assuntos do estado e efetivamente com o reinado que levava a cabo. Assim, o seu chanceler, Thomas Wosley, controlava grande parte dos assuntos oficiais.
O Rei, considerado um dos piores e mais cruéis da história britânica, procurava um herdeiro masculino e a sua esposa, a célebre Catarina de Aragão, era incapaz de corresponder a esse desejo. Assim, esta foi afastada e o Rei voltou a casar. Ao todo Henrique VIII foi casado 6 vezes e por mais que uma vez decapitou as suas esposas depois de se fartar delas. Catarina, a sua primeira esposa, saiu ilesa e é a mãe da Rainha Maria I.
“THE TUDORS” E A FASCINANTE ANA BOLENA
Entre as várias mulheres de Henrique a mais determinante foi sem sombra de dúvida Anne Boleyn, ou Ana Bolena em português. Anne provocou uma revolta protestante e transformou a vida política e religiosa de Inglaterra para sempre. Vista como implacável e manipuladora, Anne é uma das grandes figuras femininas da História. Na série Jonathan Rhys Meyers (“Drácula”) dá vida ao Rei Henrique VIII e Natalie Dormer (“Game of Thrones”) é Ana Bolena naquele que é o seu papel mais memorável.
A segunda temporada, de momento a ser exibida no AXN White, cobre os eventos históricos ocorridos entre 1531 e 1536, culminando precisamente com a morte de Ana depois do seu casamento ser anulado dois dias antes de ser executada. Esta é provavelmente a temporada mais empolgante da série, por ser aquela em que interagimos tanto com Catarina como com Ana e onde vemos ainda a separação entre Inglaterra e a Igreja Católica com a Nova Igreja de Inglaterra a erguer-se.
Toda esta mudança foi impulsionada pela breve Rainha Ana, que chamou a atenção do Rei na corte mas se recusou a ser uma amante. O Rei apaixonou-se profundamente pela jovem inteligente que viria a tornar tudo diferente para o seu país. Muitos são aqueles que dizem que esta monarca mudou Inglaterra para sempre, mudando também a relação de poder estabelecida entre homens e mulheres na aristocracia britânica, dando origem a uma forte tradição de fortes monarcas no feminino.
A MORTE E O LEGADO DA SEGUNDA RAINHA DE HENRIQUE VIII
Em grande parte devido à própria conspiração por parte do conselheiro do Rei, como a série parece insinuar, Anne foi condenada por adultério, incesto e conspiração contra a Coroa e foi assim decapitada por um cavaleiro a 19 de maio de 1536. O facto de ter tido vários abortos espontâneos e não ter conseguido gerar um herdeiro do sexo masculino deve também ter contribuído para que o Rei se “fartasse” de Anne, tal como a história parece crer.
Apesar do seu fim trágico, 3 anos chegaram para que Anne não fosse nunca mais esquecida e o retrato de Dormer nesta série é possivelmente o mais apreciado em toda a ficção histórica que tocou já nesta narrativa histórica. Anne Boleyn acabou por dar continuidade à monarquia britânica, tendo a sua filha Elizabeth sido coroada em 1558, 20 anos depois da morte da mãe. Anne acabou por ser vista como uma mártire e heroína da Reforma Inglesa. É vista por muitos como a mais influente rainha consorte da história inglesa e é sem dúvida recordada pela cultura e entretenimento.
“The Tudors” pode ser visto no AXN White todas as quartas às 21h25 e é a oportunidade perfeita para recordar a história inspiradora e trágica de Anne Boleyn e do cruel Rei Henrique VIII.